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🎥 Uma Jornada de Coragem: Transição de Gênero e os Desafios Psicossociais

  • Foto do escritor: Paula Lavigne
    Paula Lavigne
  • 22 de ago.
  • 3 min de leitura

Olá, tudo bem? Hoje eu quero dividir com você uma parte delicada, mas muito necessária da minha história. Se você está vivendo sua transição, se sente presa(o) entre mundos, ou simplesmente quer entender mais sobre o que é viver com uma identidade de gênero dissidente... esse post é pra você.


Este texto é inspirado em um vídeo que publiquei no meu canal do YouTube, onde falo de coração aberto sobre os desafios psicológicos, sociais e afetivos de viver uma identidade de gênero que, muitas vezes, precisa ser escondida. Se quiser assistir depois, o link tá no final 💖


🎭 Uma vida dupla: o esconderijo da autenticidade


Durante anos da minha vida, precisei criar uma espécie de “personagem” para sobreviver. Não falo aqui de falsidade, mas sim de sobrevivência emocional. Viver como crossdresser ou pessoa trans numa sociedade cisnormativa muitas vezes nos força a esconder o que há de mais bonito em nós: nossa verdade.


Teve uma época em que eu escondia roupas e acessórios femininos em malas com senha. Dormia com medo de ser descoberta. E o mais cruel é que não era só o medo de ser descoberta pelos outros, mas também por mim mesma. Porque cada parte dessa identidade que surgia me colocava frente a frente com uma culpa construída desde a infância.


💔 O peso da repressão e a dor invisível


crossdressing

Desde pequenas(os), somos ensinadas(os) a caber. A falar mais baixo, andar de certo jeito, vestir determinadas cores, esconder outras vontades. No meu caso, isso gerou uma separação tão grande entre o que eu mostrava e o que eu sentia, que chegou um momento em que eu me sentia como duas pessoas diferentes. E isso machuca.


Essa repressão vem disfarçada de “cuidado”, “respeito à tradição” ou “valores de família”.


Mas, na prática, ela nos silencia. E o silêncio é um dos maiores inimigos da saúde mental.


🧠 Os impactos psicossociais da não-aceitação


A gente não fala o suficiente sobre os impactos psicológicos de viver uma vida reprimida.


A ansiedade constante, a sensação de inadequação, o medo de perder o emprego, a família, os amigos, a carreira. Tudo isso gera um desgaste emocional profundo.


Você começa a se questionar o tempo todo:

  • Será que eu sou errada(o)?

  • Será que alguém vai me amar assim?

  • Será que vale a pena lutar por isso?


Sim. Vale a pena. Mas não é fácil.


👣 Transicionar não é só mudar o corpo. É mudar o olhar.


Muita gente ainda acha que transição de gênero é só sobre cirurgia ou hormônio. Mas a verdadeira transição começa no olhar. No olhar que você tem pra si mesma(o), quando finalmente se permite ver como realmente é.


Transicionar é um processo contínuo de reconciliação com sua essência. É desapegar das vozes que disseram que você não podia, não devia, que era errado. É se olhar no espelho com amor, mesmo quando o reflexo ainda não combina totalmente com o que você sente.


📺 A mídia, a cultura e a solidão digital


No vídeo, falo também sobre como era difícil crescer nos anos 90 e 2000 sem referências. A internet era discada, o acesso a informação era mínimo, e tudo que se falava sobre pessoas trans ou crossdressers era carregado de piadas ou tabu.


Hoje temos mais acesso, mas ainda enfrentamos muita hipocrisia social. A mesma sociedade que ridiculariza pessoas como nós, muitas vezes admira nossa coragem em silêncio, ou só “aceita” no carnaval, quando é conveniente.


✨ Representatividade é sobrevivência


Ver outras pessoas como nós ocupando espaços faz toda a diferença. Não só pra nos sentirmos menos sós, mas pra lembrarmos que nós existimos, resistimos e somos muitas(os).


Trans, travestis, crossdressers, não-binárias(os)... estamos em todos os lugares. Somos médicas, engenheiros, artistas, caixas de supermercado, designers, psicólogas, etc.. E quando a gente se une, a gente ilumina esse mundo ainda tão escuro de preconceito.


💡 "Acenda a sua luz"


No vídeo, eu comparo essa jornada com o universo dos X-Men. Porque a gente se sente diferente mesmo. Às vezes como "bruxas" num mundo de "trouxas". Mas quando a gente se encontra, forma algo poderoso.


Então, se você está lendo isso e sente que vive escondida(o), respira. Você não está só.


Acende a sua luz, mesmo que ela seja pequena agora. E se puder, acenda a de quem está ao seu lado também.


💬 Quer se aprofundar nesse papo?


Se esse texto ressoou com você, eu te convido a assistir o vídeo completo lá no canal.


Nele, eu falo com mais detalhes e emoção sobre cada um desses temas, com a voz trêmula, sim, mas com o coração aberto.


🎥 Assista aqui:


Se puder, deixa seu comentário lá e aqui também :) Eu leio tudo com muito carinho 💜

 
 
 

1 comentário


Julia Nandez
Julia Nandez
22 de ago.

Você disse o que muitas de nós sente, Paulinha... É exatamente isso.

Me identifiquei com tudo q você disse.

Obrigada irmã, por todas nós.

🥹🩷🩷🩷

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Paula Lavigne Silva 2025

Criação e Design:

Deborah Pausini | Studio Debbi de Criação

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