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Ser Trans Não é Doença e a “Régua” da Feminilidade Não Existe

  • Foto do escritor: Paula Lavigne
    Paula Lavigne
  • 25 de jun.
  • 3 min de leitura

Oi, gente!


Hoje eu quero bater um papo com vocês sobre dois assuntos que surgiram essa semana e que me fizeram refletir muito. São temas que, de alguma forma, afetam muitas de nós e fazem parte dessa caminhada de autoconhecimento e pertencimento. Então, senta aqui, pega um café, um chá ou um chocolate quente, e vamos conversar.

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Ser trans não é uma doença

Um questionamento que volta e meia aparece é: ser trans é uma doença? E a resposta é clara: não, de jeito nenhum! Até a OMS já atualizou suas classificações e deixou claro que ser trans é simplesmente uma variação da experiência humana, e não um transtorno. O que pode trazer sofrimento para uma pessoa trans não é a identidade em si, mas a forma como a sociedade impõe barreiras, rejeição e preconceito.


Se ser trans fosse uma doença, o remédio seria respeito e inclusão, e não tratamento, sabe? A gente precisa tirar essa ideia antiquada da cabeça e focar no que realmente importa: sermos quem somos, com dignidade, sem medo e sem precisar da validação de ninguém.


Ainda estou aprendendo muito sobre isso, mas já entendi que ser trans não tem nada a ver com hormônios, cirurgias ou próteses. Nenhum médico pode atestar se alguém é trans ou não, porque ser trans não é um diagnóstico médico, é uma vivência! É sobre como você se sente, se vê e se expressa. Algumas pessoas trans querem passar por tratamentos hormonais e cirurgias, outras não. E ambas são igualmente trans.


Se uma pessoa trans faz terapia, não é porque ser trans é um problema, mas porque todos nós temos desafios como seres humanos e, muitas vezes, precisamos de ajuda para nos entendermos e desconstruirmos crenças que nos foram impostas ao longo da vida.


A terapia cognitivo-comportamental (TCC), por exemplo, ensina que muitos dos nossos pensamentos vêm de padrões aprendidos. Se crescemos ouvindo que existe um jeito “certo” de ser homem ou mulher, é natural que internalizemos dúvidas, inseguranças e até medos sobre nossa identidade. Mas a boa notícia é que podemos aprender a questionar esses padrões e encontrar nossa própria verdade, sem precisar da validação de ninguém.


Reforço que, se ser trans fosse uma doença, o único remédio seria respeito e inclusão, e não tratamento. O que realmente adoece as pessoas trans não é a identidade delas, mas a transfobia e a exclusão social.


A régua da feminilidade não existe

Isso me leva ao segundo ponto que me tocou essa semana. Uma amiga minha saiu de um grupo porque se sentiu pressionada a seguir um certo padrão de feminilidade que não fazia sentido para ela. Isso me fez pensar muito sobre como, mesmo dentro de espaços que deveriam ser acolhedores, surgem regras invisíveis sobre “o que é ser feminina o suficiente”.

Mas pera aí… quem disse que existe um jeito certo de ser?


A gente cresce ouvindo que existem caixinhas fixas para “ser homem” e “ser mulher”, como se houvesse um manual de instruções. Mas a realidade é que a feminilidade e a masculinidade não são números fixos em uma régua, nem categorias que determinam se você é válida ou não.


Pensa comigo: duas mulheres trans podem ter expressões completamente diferentes. Uma pode amar vestidos rodados, maquiagem e saltos altos. A outra pode se sentir mais confortável de jeans e camiseta. E ambas são mulheres, porque o que define ser mulher não é a roupa que usamos, e sim o que sentimos e como nos identificamos. Assim como uma mulher cis que usa cabelo curtinho e roupas mais neutras não deixa de ser mulher por isso.


A verdade é que todos nós temos traços masculinos e femininos, independente do gênero. O ser humano é plural. Se ser feminina para você significa usar rosa, brilho e saia, isso é lindo! Se para você significa ter um ar mais despojado e natural, também é maravilhoso. O importante é que seja verdadeiro para você.


Se libertar dessa necessidade de encaixar-se em padrões é um ato de amor-próprio. A pluralidade é o que faz a humanidade tão incrível. Imagina se todo mundo fosse obrigado a ser do mesmo jeito? Que mundo chato seria esse, né?


Então, se em algum momento você sentir que precisa se moldar para ser aceita, lembra disso: você já é válida exatamente como é. Não é um vestido, um salto ou um batom que vão determinar quem você é, e sim o seu coração e a sua essência.

Bora jogar essa régua de lado e celebrar quem realmente somos?


E vocês, já passaram por algo parecido? Como lidaram com isso? Vamos trocar experiências!

 
 
 

3 comentários


rakelzinha051
05 de jul.

Discussão complexa, que cada vez mais percebo que a resposta esta dentro da própria pessoa. Só é possível entender que ser trans não é uma doença quando vc consegue se aceitar. Eu vivo entre altos e baixos constantes. Tem dias que acho que me aceito e quero ser feliz. Ai, por questões de sociedade, amigos, família e etc, começo a me achar errada e ai entro numa bad. Autoaceitação é a chave, muitas vezes difícil de achar.

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Paula Lavigne
Paula Lavigne
10 de jul.
Respondendo a

Oie.. sim rakel, o desafio quse sempre esta dentro de nós mesmas antes de tudo.

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Julia Nandez
Julia Nandez
04 de jul.

Não tenho nem o que comentar. Você deu uma verdadeira aula, Paulinha.

Muito bom... Não existe doença e nem régua de como ser mais feminina ou mais masculina.

Parabéns pelo texto.

🌸💕💕

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